sábado, 22 de maio de 2010

Eve & Stephen Marley - Rat Race @ Concert en hommage a Bob Marley

Ainda sob os efeitos de: Agora e na hora da nossa hora!



Na peça agora e na Hora da Nossa hora, o personagem pedrinha, sobrevivente da chacina da candelária, está constantemente a espera de que ratos apareçam para que ele possa acabar com eles. pois o barulho dos ratos teria sido o motivo pelo qual os policiais não teriam conseguido dormir, provocando com isso o surto de violência policial que termina com a chacina dos 8 meninos de rua da candelária. saí da peça me perguntando se os policiais que cometeram essa barbaridade, assim como uma sociedade que torna os pobres e miseráveis desse país criaturas invisíveis, não seriam também esses ratos?! Então pra pensarmos mais sobre isso vai aqui, letra e vídeo de Rat race, mais uma das geniais composições do grande filosofo jamaicano da musica, o grande Bob Marley, na magistral performance da maravilhosa Eve acompanhada pelos irmãos Marley. 

Bob Marley - Rat Race

Ah! muito violento
oh, que corrida de ratos
oh, que corrida de ratos
Esta é a corrida dos ratos
Alguns para o bem, outros bastardos
Alguns mascarados
oh, que corrida de ratos, corrida de ratos
Alguns monstruosos, alguns bandidos
Alguns provocadores
nesta corrida de ratos, sim!
Corrida de ratos
Estou cantando
Quando o gato não está
os ratos dançam
A violencia politica enche a cidade
Sim!
Não envolvam os rastas nessas suas falações
Os rasta não trbalhalham para a C.I.A
Corrida de ratos, corrida de ratos, corrida de ratos
Quando pensamos que é tudo paz e segurança
Vem uma improvisa destruição. Segurança coletiva, que certeza?
Si!
Não esqueçam a vossa historia, 
Conheçam o vosso destino
Quando a água abunda
O estupido morre de sede
Corrida de ratos, corrida de ratos, corrida de ratos
Oh, é uma desgraça ver a raça humana
em uma corrida de ratos, corrida de ratos.
Tem a corrida dos cavalos
Tem a corrida dos cães
Tem a corrida dos homens
Mas esta é uma corrida de ratos, corrida de ratos    

Ator, Teatro , Rito e Comunhão

Mira... No monólogo teatral intitulado, Agora e na Hora de Nossa Hora com o excelente ator Eduardo Okamoto, e a competentissima direção de Verônica Fabrini, nos deparamos com um trabalho de pesquisa de linguagem que nos coloca no campo da Dramaturgia corporal, onde o corpo do ator deixa transparecer durante a sua atuação os caminhos percorridos durante o processo de criação, onde o corpo é pura teatralidade. Corpo e texto, movimento e pensamento. Trata-se de um trabalho extremamente arrebatador. Onde ao abordar a invisibilidade do cotidiano das crianças e adolescentes que tem nas ruas das grandes cidades a sua unica moradia, nos dá um verdadeiro soco no estômago, através de um trabalho cênico carregado de poesia! Enquanto atriz saí do teatro me sentindo feliz pelo ofício que escolhi. Como espectadora me senti provocada e convidada a ser mais humana, a não fechar meus olhos diante da desumanidade com a humanidade do outro. Assistir a esse trabalho foi participar de um ritual de humanidade!